Acho que antes de se falar em produção, o Estado poderia ter um outro tipo de envolvimento com a arte. Insistir no reducionismo em que o patrocínio é o principal material de uma produção é um erro.
Além de ser fundamental construir o discernimento sobre as formas de produção artística fora do pensamento único de editais e patrocínios, o Estado tem que tentar zerar os impostos sobre a produção e circulação da produção artística. É muito mais democrático pra todos, artistas e sociedade e sobretudo mais barato.
A arte pertence ao mundo e não ao artista. Transforma-la em instrumento de segregação, vai contra a sua própria natureza. Uma arte tem que ser chancelada pela sociedade e estarão credenciadas em um desenvolvimento capaz de ser porta voz dessa sociedade. Desconsiderar as circunstancias naturais da produção artística elevando seus custos com impostos é joga-la naturalmente nos braços do mercado.
Por: Abrahão Crispim Filho