Por Oscar D’Ambrosio é jornalista pela USP, mestre em Artes Visuais pela Unesp, graduado em Letras (Português e Inglês) e doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.
_______________________________
![]() |
Foto © Fornecida por divulgação
|
O foco da narrativa é o banco Abacus, empresa coordenada pela família Sung que foi a única a ser judicialmente indiciada pelas autoridades dos EUA após a crise financeira das hipotecas de 2008. O processo se alastrou durante cinco anos e evidenciou não só questões de preconceito, mas principalmente o uso de dois pesos e de duas medidas durante todo o imbróglio.
Se as grandes corporações saíram ilesas, o banco dessa família chinesa tornou-se uma espécie de bode expiatório de uma das facetas mais perversas dos sistemas judiciais e econômicos: punir pequenos por pequenas coisas e ignorar os grandes por grandes coisas.
A punição deveria, é claro, existir para todos os erros e nas proporções adequadas, o que está longe de sempre acontecer.
Um ponto importante apresentado pelo diretor Steve James é o perfil da família. Enquanto o patriarca é apresentado como um estoico oriental a suportar todo o processo com firmeza de caráter e tranquilidade, a sua esposa surge estressada com a situação e preocupada com a saúde do marido, enquanto as filhas são responsáveis pelos encaminhamentos práticos nas esferas legais. De todo esse conjunto, resulta a força que mantém o banco em pé.